Mercado se mostra perplexo com declarações divergentes do presidente do Fed – De Olho no Câmbio #269

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Durante a última semana, o mercado cambial viu uma mistura de estabilidade e volatilidade, com o dólar oscilando em relação ao real brasileiro. Inicialmente, houve uma desvalorização significativa da moeda brasileira, com o dólar ultrapassando a marca dos R$5,00 pela primeira vez desde outubro de 2023. Esse movimento foi atribuído em grande parte às expectativas em torno da “super quarta”, um momento crucial que envolveu importantes decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Após essas decisões, o real conseguiu recuperar parte do terreno perdido em relação ao dólar, principalmente devido à interpretação positiva das declarações feitas pelo presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. No entanto, esse otimismo inicial foi dissipado, levando a uma retomada do dólar em relação ao real ao longo da manhã desta sexta-feira (22). Ao mesmo tempo, indicadores econômicos antecedentes na Europa apontaram para uma perspectiva mais favorável para a região, apesar dos desafios decorrentes das taxas de juros em ascensão. Espera-se que o Banco Central Europeu mantenha uma postura contracionista na próxima reunião, o que pode criar obstáculos adicionais para a valorização do real nos próximos dias.

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Dólar em relação ao real

A semana começou com o dólar cotado a R$4,9972 na segunda-feira (18/mar), 0,3% acima da abertura da semana anterior (11/mar). A cotação da moeda estrangeira manteve relativa estabilidade ao longo da semana, e o dólar iniciou o pregão desta sexta-feira (22/mar) cotado a R$4,9744, 0,4% abaixo da abertura da sexta-feira anterior (15/mar). Entre as aberturas desta sexta-feira (22/mar) e da segunda-feira da semana anterior (11/mar), houve uma valorização de 0,1% do real em relação ao dólar.

Apesar da estabilidade entre as aberturas do mercado ao longo desta semana, o comportamento do dólar nos últimos dias foi bastante volátil, com a moeda americana encerrando o pregão de segunda-feira (18) acima da marca dos R$5,00 pela primeira vez desde outubro de 2023.

Essa desvalorização da moeda brasileira foi parcialmente atribuída à expectativa em relação à “super quarta”, data que marcou as decisões de política monetária tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos.

Após as decisões, no entanto, o real conseguiu recuperar parte do terreno perdido para o dólar nos primeiros dias da semana. Mesmo com a manutenção das taxas de juros nos Estados Unidos, o mercado interpretou as declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, como sendo muito otimistas.

Apesar da resiliência da inflação e da atividade econômica nos Estados Unidos, os dirigentes do Fed sugerem que o ciclo de cortes de juros terá início em 2024. Essa perspectiva levou o dólar a uma queda após a coletiva de imprensa realizada por Powell na tarde de quarta-feira (20).

Após os efeitos imediatos das decisões do Fed e do Bacen, o mercado diminuiu o otimismo e o dólar recuperou valor ao longo desta sexta-feira (22), com o DXY avançando rapidamente nas primeiras horas da manhã.

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Real em relação ao euro

O euro iniciou a semana cotado a R$5,4407 na segunda-feira (18/mar). Já na abertura desta sexta-feira (22/mar), o valor foi de R$5,4042. Isso representa uma valorização de 0,7% do real em relação à moeda europeia, mantendo a tendência de valorização observada na semana anterior.

Em relação ao dólar, o euro perdeu força durante esta semana, seguindo a tendência da semana anterior. A cotação do euro em dólares caiu de US$1,0887 na segunda-feira (18/mar) para US$1,0862 nesta sexta-feira (22/mar). Portanto, houve uma desvalorização de aproximadamente 0,2% do euro (ou seja, é preciso menos dólares para comprar um euro).

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Apesar do enfraquecimento das economias europeias, os indicadores antecedentes de março apontam para uma perspectiva mais positiva. Tanto a Percepção Econômica ZEW da Zona do Euro quanto o Índice Ifo de Clima de Negócios da Alemanha avançaram durante esse período.

No entanto, mesmo com esses avanços, espera-se que a atividade econômica permaneça relativamente estagnada nos próximos meses, devido ao ambiente de taxas de juros elevadas.

Dada a resiliência da economia norte-americana e os riscos de aceleração da inflação na Europa, é improvável que a autoridade monetária europeia reverta sua política monetária contracionista na próxima reunião, agendada para maio. A manutenção das taxas de juros no nível atual, de 4,50%, provavelmente continuará impedindo a valorização do real nos próximos dias.

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Real em relação à libra esterlina

A libra esterlina começou a semana cotada a R$6,3669 na segunda-feira (18/mar), um valor mais alto do que o registrado nesta sexta-feira (22/mar), R$6,2972. Isso representa uma valorização de 1,1% do real em relação à moeda britânica, mantendo a tendência de valorização observada na semana anterior.

Já em relação ao dólar, a libra esterlina perdeu força durante esta semana, seguindo a tendência de desvalorização da semana anterior, iniciando esta sexta-feira (22/mar) cotada a US$1,2657 após ter começado a semana cotada a US$1,2741, uma desvalorização de 0,7% da moeda britânica em relação ao dólar.

Assim como o Fed e o BCE, o Bank of England optou por manter suas taxas de juros inalteradas na decisão de março, mantendo o patamar de 5,25%. Essa decisão foi tomada após a divulgação do índice de preços ao consumidor britânico, que acelerou para 0,6% em fevereiro.

Os riscos de inflação, juntamente com a necessidade de manter a política monetária britânica alinhada com a americana, devem evitar cortes nas taxas de juros na próxima reunião, marcada para maio.

Por outro lado, o comércio varejista no Reino Unido permaneceu estável em fevereiro, surpreendendo positivamente os mercados, que esperavam uma queda de 0,4% no período.

Assim como com o dólar e o euro, o ambiente de taxas de juros elevadas deve impedir a desvalorização da libra em relação ao real nos próximos dias.

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Perspectivas

Nos próximos dias, espera-se uma relativa estabilidade no mercado cambial, com o dólar mantendo uma tendência equilibrada em relação a outras moedas. Essa perspectiva decorre da percepção dos agentes de mercado de que os bancos centrais dos países desenvolvidos, em particular o Federal Reserve dos Estados Unidos e o Banco Central Europeu, podem adotar uma posição mais cautelosa em relação ao início do ciclo de cortes de juros. A expectativa de uma política monetária mais restritiva nos países desenvolvidos tende a manter o dólar em um patamar relativamente estável em relação a outras moedas, incluindo o real brasileiro.

Continue acompanhando.

Perguntas frequentes

As oscilações do câmbio podem ser previstas com precisão?

Não é possível prever com precisão todas as oscilações do câmbio devido à complexidade do mercado financeiro e à influência de vários fatores externos.

Como posso me proteger contra as variações cambiais?

Uma maneira de se proteger contra as variações cambiais é diversificando seus investimentos em diferentes moedas e ativos, ou utilizando instrumentos financeiros como contratos futuros ou opções.

Quais são os principais fatores que influenciam o valor das moedas no mercado de câmbio?

Os principais fatores que influenciam o valor das moedas no mercado de câmbio incluem a política monetária dos bancos centrais, os indicadores econômicos, a geopolítica, o comércio internacional, a confiança dos investidores e a oferta e demanda por uma determinada moeda.

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