Na quarta semana de julho, os Estados Unidos divulgaram vários dados econômicos que apontam para um desempenho robusto da economia, com o PIB do segundo trimestre crescendo a uma taxa anual de 2,8%, superando as expectativas. O mercado de trabalho demonstrou força, com menos pedidos de seguro-desemprego do que o previsto. Enquanto isso, na Zona do Euro, os PMIs indicaram uma desaceleração econômica, sugerindo uma possível redução de juros pelo BCE em setembro. No Reino Unido, o PMI composto aumentou, sinalizando expansão econômica, embora indicadores da Confederação da Indústria Britânica apontem fraqueza. De modo geral, as economias americana e britânica mostraram força, enquanto a Zona do Euro apresentou sinais de desaceleração.
Real x dólar
Começamos a semana com o dólar cotado a R$5,5916 na segunda-feira (22/jul), uma alta de 3,0% em relação à abertura da semana anterior (15/jul). A cotação da moeda estrangeira valorizou-se ao longo da semana e o dólar abriu o pregão desta sexta-feira (26/jul) cotado a R$5,6448, um aumento de 1,8% em relação à abertura da sexta-feira anterior (19/jul). Entre as aberturas da sexta-feira (26/jul) e da segunda-feira da semana anterior (15/jul), houve uma desvalorização do real em relação ao dólar de 4,0%.
A quarta semana de julho foi marcada por uma intensa publicação de dados econômicos nos Estados Unidos, alguns dos quais continuam mostrando a força adicional da maior economia do mundo. Dados do mercado imobiliário, divulgados no início da semana, sugeriram que os Estados Unidos estavam caminhando lentamente para um ritmo menos intenso de crescimento, porém a leitura preliminar do PIB do segundo trimestre mostrou que a atividade econômica permanece muito robusta.
Segundo dados iniciais do Escritório de Análises Estatísticas dos EUA, o país cresceu cerca de 2,8% no segundo trimestre a uma taxa anualizada. Esse número ficou bem acima das expectativas do mercado, que esperava um aumento mais moderado de 2,0%, e acima da leitura do primeiro trimestre, que tinha sido de 1,4%.
Para completar o receio de que a economia norte-americana esteja acima do ritmo desejado pelo Federal Reserve, os dados semanais de novas requisições de seguro-desemprego ficaram ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, mostrando que o mercado de trabalho permanece robusto apesar da alta taxa básica de juros no país.
Por fim, os dados de julho não trazem alívio ao mercado e podem prejudicar a possibilidade de corte de juros em setembro. Segundo a S&P Global, o PMI do setor de serviços atingiu o nível mais alto desde abril de 2022, indicando que o maior setor da economia americana continua forte. Esse valor foi relativamente amenizado pela queda do PMI industrial, que voltou a ficar abaixo dos 50 pontos em julho após 6 meses consecutivos de expansão.
Real x euro
O euro abriu o pregão de segunda-feira (22/jul) cotado a R$6,1061. Na abertura desta sexta-feira (26/jul), a cotação foi de R$6,1255. Assim, houve uma desvalorização de 0,32% do real em relação à moeda europeia, aprofundando a tendência observada na semana anterior.
Em comparação com o dólar, o euro perdeu força nesta semana, revertendo a tendência da semana anterior. A cotação do euro na moeda americana passou de US$1,0881 na segunda-feira (22/jul) para US$1,0846 nesta sexta-feira (26/jul). Dessa forma, vimos uma desvalorização do euro de aproximadamente 0,3% (ou seja, é necessária uma menor quantidade de dólares para comprar um euro).
A semana na Zona do Euro foi fraca em termos de indicadores econômicos, com predominância na divulgação de alguns dados de PMI dos países membros do bloco e indicadores monetários. Algumas declarações de diretores do BCE se destacaram, pois podem ser indicativos dos próximos passos da política monetária no bloco.
A divulgação dos dados de PMI Industrial, PMI Composto e PMI de Serviços mostrou desaceleração em todo o bloco, com índices abaixo das expectativas de mercado. Destaque para o PMI da Alemanha, que reflete os efeitos da competição com a China. A desaceleração do índice de serviços fortalece a visão de que há espaço para redução de juros na próxima reunião do BCE, prevista para setembro.
Os níveis de empréstimos ao setor privado e a empresas não financeiras permanecem baixos, indicando um arrefecimento da economia.
Real x libra esterlina
A libra esterlina abriu o pregão de segunda-feira (22/jul) cotada a R$7,2457, um patamar mais baixo do que o registrado nesta sexta-feira (26/jul), R$7,2563. Houve uma desvalorização de 0,15% do real em relação à moeda britânica nessa semana.
Em relação ao dólar, a libra inglesa perdeu força ao longo da semana, mantendo a tendência de desvalorização observada na semana anterior, e abriu esta sexta-feira (26/jul) cotada a US$1,2855 após ter iniciado a semana cotada a US$1,2912, uma redução de 0,44% da moeda britânica em relação ao dólar.
Assim como nos Estados Unidos, os dados preliminares do PMI indicam que a economia britânica ganhou fôlego em julho. O PMI composto, que reúne os dados dos setores de serviços e industrial, subiu de 52,3 pontos em junho para 52,7 pontos em julho, marcando preliminarmente o nono resultado consecutivo acima da linha neutra de 50 pontos. Pontuações superiores a 50 sugerem uma expansão da atividade econômica.
Os dados do PMI composto foram influenciados pela evolução favorável dos dois setores, embora o setor de serviços tenha ficado ligeiramente abaixo das expectativas de mercado. O PMI industrial teve um desempenho notável e atingiu 51,8 pontos, sendo o patamar mais alto desde agosto de 2022.
Por outro lado, apesar do bom desempenho captado pelos indicadores anteriores da S&P Global, essa semana também foi marcada pela divulgação de dados sombrios pela Confederação Nacional da Indústria britânica. O Índice de tendências de encomendas da indústria local caiu abaixo dos 30 pontos negativos em julho, no terceiro resultado mais baixo desde os impactos mais intensos da pandemia em 2020.
A economia do Reino Unido tem apresentado números ambíguos, mas, de modo geral, ao menos superficialmente, observamos um comportamento ligeiramente mais favorável nas últimas semanas.
Perspectivas
Apesar dos dados econômicos mais recentes dos Estados Unidos, o mercado ainda acredita que o ciclo de cortes de juros começará em setembro. Embora essa possibilidade exista, a solidez do PIB no segundo trimestre deste ano a torna significativamente menos provável.
Essa expectativa pela decisão do Federal Reserve deve manter o dólar fortalecido nas próximas semanas. Mesmo que o ciclo de cortes de juros nos EUA tenha início em setembro, é improvável que uma redução de 0,25% nas taxas de juros norte-americanas seja suficiente para reverter o processo de desvalorização do real.
Na Zona do Euro, a fragilidade econômica deve abrir caminho para novos cortes de juros na próxima reunião de política monetária do BCE. A notável desaceleração da maior economia do bloco, a Alemanha, serve como um forte argumento para a retomada do afrouxamento monetário na Europa. Contudo, semelhante ao que esperamos em relação ao dólar, é improvável que o real se valorize em relação ao euro, mesmo com os cortes de juros por lá.
Por fim, a recuperação da economia do Reino Unido deve postergar o início do ciclo de cortes por parte do Bank of England, mantendo a libra forte nos próximos dias.
Em resumo, as decisões e dados locais serão cruciais para a moeda brasileira.
Seguimos atentos.
Perguntas frequentes
- Qual foi o desempenho do PIB dos Estados Unidos no segundo trimestre?
- Como a economia britânica se comportou em relação aos indicadores do PMI?
- Quais são as perspectivas para o ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos?
- Qual a tendência do real em relação ao dólar, euro e libra esterlina?
- O que os indicadores econômicos recentes indicam em relação à Zona do Euro e ao Banco Central Europeu?
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